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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Morte do Ego: descansando o centro emocional

Nos dias atuais, não há quem não tenha um ou outro problema emocional. O coração está sobrecarregado com emoções negativas e inferiores, emoções brutais e destrutivas, que algumas vezes se manifestam de forma sutil e outras vezes de forma grosseira.

Muitas pessoas sedentárias quase não utilizam o centro motor mas, em contrapartida, desgastam o centro intelectual com pensamentos inúteis e o centro emocional com emoções inferiores constantes.

A negatividade, a pressa, a impaciência, o medo constante de tudo são apenas alguns poucos exemplos da imensa legião de emoções inferiores que nos estão assaltando a todo momento. A maioria de nós sente certo "peso" no coração, resultante dos milhares de problemas nos quais nos metemos. Quase não há quem sinta a leveza típica do coração tranquilo. O coração humano está oprimido, sente o peso da opressão dos milhares de problemas, que não são mais que formas mentais ou valorizações infernais de acontecimentos externos. Os problemas são significados atribuídos e não existem na ausência de quem os sente. Na ausência do sofredor, o problema não é um problema, mas somente um fato natural. É a mente humana que atribui aos fatos naturais o significado de problema.

O estresse está matando muitas pessoas e isso é a prova de que o coração humano está sendo oprimido.

Observando o centro emocional podemos perceber o efeito opressor dos acontecimentos: reveses amorosos, traumas, trapaças econômicas e sentimentais, conflitos no trânsito, brigas no lar, violência doméstica, culpas, desejos incontroláveis, perversões, medo da condenação eterna, medo de ir preso, nervosismo, irritações, impaciência, violência na televisão e muitíssimo mais.

Há necessidade urgente de darmos um descanso ao centro emocional. O coração descansa quando tudo está tranquilo e não existe temor algum e nem o menor desejo de nada. A forma mais rápida de chegarmos a tal estado e por meio da meditação. A forma mais duradoura de enraizarmos tal estado em nossa natureza é a Morte do Ego. 

Se prestarmos atenção cuidadosa e constante, perceberemos que o desequilíbrio emocional nos afeta de forma sutil durante todo o dia: uma simples olhada em um jornal pode nos alterar levemente. Temos que detectar os desequilíbrios emocionais em ação e eliminá-los de nossa vida mediante a Morte em Marcha. Obviamente, não devemos retornar às situações que os alimentam ou o trabalho ficará inutilizado. 

Quem quer o equilíbrio emocional, necessita retirar imediatamente de sua vida todos os atos e fatos que alimentem o desequilíbrio. Isso implica em isolar-se das situações estressantes após descobri-las, até onde se consiga. Reduzindo ao máximo as situações estressantes inúteis em que costumamos nos meter, iremos adquirir resistência para as situações estressantes inevitáveis da vida, àquelas que não podem ser abandonadas. Somente quem reduz o estresse ao mínimo terá reservas de hidrogênio para transmutação.

Uma noção clara do que são as emoções inferiores é muito importante. Quem não tem o discernimento do que é uma emoção inferior, não tem a capacidade de descobri-la em ação. O que são emoções inferiores? Todas as emoções dos egos, todas emoções ligadas ao material, desvinculadas do espiritual. Emoções inferiores são o oposto das emoções superiores. As emoções superiores são as emoções ligadas ao Ser. 

São exemplos de emoções superiores: amor a Deus, voluptuosidade espiritual, emoção intensa pela beleza da criação, emoção intensa por unir-se ao Íntimo. Não é muito fácil definir as emoções superiores porque estão muito deslocadas da experiência comum da humanidade. Em uma palavra, poderíamos definí-las como êxtase. Quando sentimos uma forte emoção espiritual ao contemplar a glória da natureza, as nuvens, as estrelas, o por do sol, uma floresta, uma cachoeira ou um pássaro cantando, estamos sentindo a emoção superior. Quando sentimos um intenso desejo de nos unirmos ao Ser, ao Ìntimo, de abandonarmos os desejos mundanos, quando sentimos intenso amor e gratidão a Deus, estamos sentindo emoções superiores. A emoção superior é desenvolvida durante a meditação. Quanto mais emoções superiores sentirmos, mais o chakra do coração estará girando corretamente. A emoção superior e a atividade do chakra anahata são interdepentes e simultâneos.

São exemplos de emoções inferiores: as emoções que se tem em brigas, o nervosismo, a irritação, a vingança, o apaixonamento, a pressa, a impaciência, a preocupação com os problemas, a tristeza, as emoções que acompanham a excitação sexual brutal, as emoções dos jogos de futebol, emoções em polêmicas acaloradas, emoções em discussões e em tudo o que esteja relacionado ao Ego. Em uma palavra: emoções egóicas. O medo é uma das principais e mais terríveis formas de emoção inferior. 

O amor é duplo, possui um aspecto superior e outro inferior. O amor apaixonado, aquele que causa sofrimento emocional, é uma emoção inferior. O amor consciente, aquele em que se sente intensa vontade desinteressada de ajudar o próximo, é uma emoção superior. 

As emoções inferiores provocam uma espécie de transe, de rebaixamento da consciência. As emoções superiores, ao contrário, provocam o êxtase, um estado de superconsciência. Êxtase e transe são completamente diferentes.

É inútil debater-se contra as emoções inferiores e negativas enquanto não se corrige as imaginações mecânicas equivocadas que as sustentam. A imaginação é o sustento da emoção. Se me sinto inseguro, é porque imagino que estou exposto a algum risco, se sinto raiva, é porque imagino que está me prejudicando ou frustrando. A imaginação mecânica é o carro-chefe da sustentação das emoções negativas e de todo o Ego.

O equilibrista que passeia sobre a corda bamba nas alturas necessita imaginar-se andando sobre uma linha desenhada no chão para sentir-se seguro ou,caso se imagine em risco, cairá. Se o equilibrista tentasse não sentir medo mas ao mesmo tempo se imaginasse sob risco,fracassaria. Se você, ou qualquer um de nós, tentar "ir contra" uma emoção negativa.mas continuar nutrindo as imaginações mecânicas que a sustentam, conseguirá apenas uma cisão interna, uma neurose, mas não se livrará da emoção infernal. O elefante louco da emoção somente se aquieta se o centro intelectual e os demais centros se aquietarem. As emoções obedecem ao fluxo imaginativo: se eu me imaginar em risco, sentirei medo; se imaginar que algo é urgente, sentirei pressa; se imaginar que sou inferior às pessoas, sentirei vergonha; se imaginar que uma mulher proporciona mil prazeres ocultos, sentirei desejo e assim por diante. Podemos perder uma existência inteira lutando em vão pela Morte do Ego simplesmente por nos imaginarmos incapazes de realizá-la. Temos que transformar os fluxos imaginativos mecânicos através da imaginação consciente. Ao invés de digladiar-se com a teimosa imaginação mecânica, substitua-a pela imaginação consciente.

Modificar a forma de imaginar as coisas é mudar a forma de pensar. Mudar a forma de pensar é um dos primeiros passos para a extinção das emoções negativas.