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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Equilibrando os cinco centros da máquina

Ficar sem dormir ou dormir pouco provoca o desgaste de todos cinco centros da máquina. Quando dormimos, o ego se afasta do corpo físico e temporariamente deixa de desgastar os centros. Devemos dormir até que o sono se esgote totalmente. Não se guie pelo número de horas que os médicos recomendam, deixe que o centro instintivo te informe quando a necessidade de sono acabou.

Ficar pensando mil e uma bobagens todo o tempo, tagarelando interiormente, raciocinando sobre tudo, conceituando, discutindo, teorizando, transformando tudo em problema, analisando tudo etc. ao invés de manter a observação silenciosa de si mesmo, provoca o desgaste do centro intelectual.

São muitas as situações do dia a dia que desgastam o centro emocional. Podemos desgastá-lo sem o perceber, com reações emocionais constantes ao longo do dia, sejam de ira, medo, tristeza, alegria, frenesi, euforia, apaixonamento etc. Se você sofre com palpitações, arritmias cardíacas, ansiedade, depressão, síndrome do pânico, esquizofrenia etc. é bem possível que o desgaste do centro emocional seja a causa, ou uma das causas. Mediante a morte do ego, conseguimos dar um descanso para este centro. Descansamos este centro quando não o usamos, isto é, quando evitamos as emoções inferiores, principalmente as emoções intensas. Emoções inferiores são todas as emoções comuns, ligadas aos defeitos ou aos egos, sejam eles socialmente aceitos ou não. Cultivar as emoções superiores não desgasta este centro porque o centro emocional superior quase não é usado por nós.

Todas as emoções mundanas, boas ou más, são inferiores. Emoções relacionadas à vida horizontal, sem relação com o desenvolvimento espiritual, pertencem a esse tipo. Todas as emoções inferiores, quando exageradas, desgastam e prejudicam o cérebro emocional (o coração). Aqueles que apreciam emoções intensas e violentas, ainda que sejam emoções aparentemente boas, estão desgastando o cérebro emocional. Temos que dar um descanso ao coração, cultivando as emoções superiores e reduzindo as emoções inferiores a zero ou, pelo menos, ao mínimo.

Você estará desgastando o seu centro emocional quando:
  • ficar entusiasmado;
  • rir e dar gargalhadas em excesso;
  • assistir a filmes de ação;
  • brigar;
  • curtir tristezas;
  • assistir a filmes de terror;
  • ouvir músicas baixas e inferiores
  • enfim, sempre que ficar perdendo o tempo cultivando emoções que não sejam a devoção espiritual.

Você estará cultivando e desenvolvendo as emoções superiores quando:
  • orar;
  • contemplar a arte edificante;
  • ouvir música clássica;
  • meditar;
  • extasiar-se contemplando as obras da criação.
Ficar fantasiando sexo ideal, com mulheres lindas que fazem tudo o que desejamos, masturbar-se, fornicar e identificar-se com as fêmeas, pensar somente no sexo etc. desgasta o centro sexual. Resultado: disfunção erétil.

Para prevenir o desgaste, temos que usar os centros levemente, sem sobrecarrregá-los. Usar um pouco um centro, depois usar outro, depois outro...variando as atividades: praticar a magia sexual um pouco, depois ler mais um pouco, depois passear, depois ouvir uma música superior etc. Variando os tipos de atividades ao longo do dia, sem ficar muito tempo somente em um tipo de atividade. Se o seu trabalho desgasta a emoção, deixe de usar o centro emocional (inferior) durante os períodos de folga; se desgasta os movimentos e músculos, deixe de usar o centro motor; se desgasta o intelecto, deixe de usá-lo.

Se a magia sexual pode corrigir a impotência oriunda do desgaste do centro sexual (vide V.M. Samael - "Sim Há Inferno..."), então pode corrigir também o desgaste dos outros centros. Portanto, magia sexual e morte do ego são o caminho para equilibrar os centros da máquina. É o ego quem os desequilibra, com seus excessos e vícios de todo tipo.

Estresse

Os agentes estressores desequilibram os centros e prejudicam a máquina humana (o corpo físico). Experimente fazer uma lista de todos os agentes estressores externos e internos de sua vida e ficará surpreso ao constatar como você se agride e se destrói sem perceber.
Os centros da máquina estão desequilibrados por causa do estresse e a causa do estresse são os egos. Tenha uma vida simples, sem grandes cobiças mundanas e sentirá um grande alívio. Não acumule e não se comprometa, seja livre.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Começando com comprovações imediatas

A fé nas partes internas se desenvolve a partir do momento em que começamos a pedir e observar os resultados em seguida. Quanto mais estreita for nossa relação com as partes internas, mais rapidamente a fé se desenvolverá.
Convém começar pelas comprovações pequenas, acumulando certezas, de modo a irmos nos convencendo da existência e do poder das partes superiores do Ser. Não se pode começar com as grandes comprovações (ex. investigações nos arquivos akáshicos) porque a fé de que dispomos é pequena e fraca, então comecemos comprovando as coisas mais simples. A partir das comprovações simples se desenvolverão progressivamente certezas cada vez maiores, até que toda a concepção de realidade da pessoa sofra uma modificação. Há comprovações que podem ser obtidas imediatamente por qualquer pessoa comum. Um exemplo de comprovação simples e imediata é o poder da Mãe Divina de enfraquecer o detalhe de um defeito ou de aliviar um sofrimento, seja físico ou emocional.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Como a mente sabota a Morte e a meditação

A mente é como uma tela de televisão ou de cinema. Por esta tela da mente, passam sucessivas imagens ou cenas. O desenrolar das cenas segue rumos nem sempre coerentes. De uma cena, passa-se à outra, e à outra, e à outra...e assim sucessivamente, em uma procissão sem fim.
As cenas que passam na tela da mente são os pensamentos, lembranças e imaginações mecânicas ou fantasias. São infinitas imagens, fixas ou móveis, através das quais alimentamos os egos. Trata-se de manifestações dos egos no centro intelectual.
Como somos animais racionais, temos que colocar especial atenção no centro intelectual. Não é possível dissolver o ego se negligenciarmos a Morte neste centro. De nada adianta tentar manter-se casto quando se permite que na tela da mente permaneçam imagens de mulheres, sexo e delícias eróticas. O trabalho da Morte começa pela mente e termina na mente, apesar de também ter necessariamente que passar pelos outros centros.
Quando as imagens mentais desfilam sob o controle do ego, temos o que se chama imaginação mecânica. Trata-se de um tipo de imaginação involuntária, que ocorre sem participação consciente. São cenas que os Egos projetam e sobre as quais desfrutam e deleitam. O deleite do Ego sobre tais cenas se dá por meio da identificação. Identificar-se com as imagens mentais é um grande erro, pois fortifica os desejos.
Há também a tagarelice interior, composta por sons internos, vozes, e não por imagens. As vozes da tagarelice podem ser a nossa própria voz ou de outras pessoas, em situações hipotéticas passadas ou futuras ou em situações reais mescladas a situações possíveis. Tagarelice interior e fantasia se associam no processo de fortificação dos defeitos.
Por trás das imagens e falas mentais estão os Egos. O conteúdo da cenas indica qual é o desejo que está se fortificando.
A guarida dos desejos está na mente. O desejo é sentido intensamente no centro emocional, mas o fundo sobre o qual se embasa está no centro intelectual. Quando se mata o pensamento, se torna muito mais fácil matar o desejo em seguida. Quanto mais se pensa em um desejo ou problema, pior se torna a situação interior. Quantidade de imagens mentais explode na cabeça, somos invadidos e não sabemos como sair da situação. A chave é: calar a mente, não pensar.
Para que a mente não atrapalhe, temos que ter um foco de atenção. Se estivermos andando, trabalhando etc. o foco será a nossa pessoa (auto-observação e morte em marcha). Contudo, se estivermos meditando ou formos nos deitar, o foco poderá ser um Koan, um mantram ou um trabalho de imaginação consciente.
A imaginação consciente é diferente da imaginação mecânica. Nela escolhemos voluntariamente um objeto, algo para imaginar. Então fixamos a atenção nesta imagem, até enxergá-la nitidamente com os "olhos espirituais" (clarividência - todo mundo tem um pouco de clarividência que pode ser ativada momentaneamente com esta prática). Ao enxergá-la, então podemos começar a penetrar o objeto da imagem e acompanhar algumas revelações que vão ocorrendo através da imagem, escolhendo conscientemente por onde iremos penetrá-la. As revelações vão aparecendo e vamos aprofundando o processo. Se estivermos concentrados na imagem da chama de uma vela, podemos penetrar nessa chama representada em nossa imaginação, para ver o que se revela. Se for uma planta, podemos entrar na imagem da planta, como faziam Jacob Boheme e Goethe, descobrindo o que havia dentro desta imagem. O resultado será um desdobramento astral ou até uma viagem mais além. O trabalho de penetrar a imagem não tem necessariamente um fim, podendo haver penetrações sucessivas e cada vez mais profundas, até um nível em que há não haja espaço algum para nenhuma atividade mental. Ao ultrapassá-lo, já estamos na meditação, mergulhados na realidade. Quando se atinge tais alturas, o corpo está em sono profundo e o cérebro em ondas Theta e Delta. Há outros níveis além, e os hindus e tibetanos os designam por distintos nomes. Mas não vamos nos afastar tanto para "cima do telhado", já que somos todos principiantes e nem sequer sabemos nos concentrar direito.
Quando focamos a atenção em uma imagem, a mente lança múltiplas imagens distintas (pensamentos) para nos atrair a atenção. Se nos deixamos distrair, nos desviamos de nosso objetivo. Se nos ocupamos com tais imagens, tentando silenciá-las à força, criamos um conflito e igualmente nos desviamos. O indicado é manter-se focado no objeto e, no caso da insistência ser muita, silenciarmos o pensamento perturbador descobrindo o seu conteúdo. O que é que contém este pensamento insistente? De que se trata? Que imagens contém, o que almeja etc. Assim, com uma breve compreensão, ele deixa de nos perturbar e podemos descartá-lo. Importa, especificamente em tais casos, compreender a inutilidade do pensamento persistente, perguntando-nos com máxima sinceridade: para que serve este pensamento, neste momento? Qual a sua importância? A mente considera seus pensamentos importantes e temos que fazê-la compreender que o pensamento que insiste em perturbar não serve para nada.
Importa entender, aqui, que a mente é o nosso grande inimigo, o qual sabota implacavelmente o trabalho da morte e as práticas da meditação, sem trégua. Podemos considerar a mente como sinônimo do Ego, já que, em nosso estado, quase não dispomos de mente pura e límpida. Sempre que quisermos escapar momentaneamente do Ego, na meditação, ou quisermos matar alguns defeitos, a mente estará interferindo para impedir.
Se quisermos triunfar, a prática da meditação deve ser realizada várias vezes por dia e a Morte em Marcha em tempo integral. Se não for assim, fracassamos.

domingo, 4 de abril de 2010

A mente e o ego

Há uma diferença radical entre a mente e os sentimentos. A mente é a matéria-prima dos pensamentos, imaginações, raciocínios, lembranças e das nossas memórias. O sentimento é uma forma mais duradoura assumida pelas emoções. Emoções e sentimentos estão interligados, são quase uma só coisa. A mente radica na cabeça e as emoções no coração. Aqui se inicia uma confusão.

Acontece que os desejos são sentidos fortemente no centro emocional, sob a forma de emoções inferiores. Por serem sentidos no coração, aqueles que querem se livrar do desejo tentam sufocar os próprios sentimentos ao invés de matá-los. Contudo, a raiz do problema não está ali, mas sim na cabeça: são as imagens mentais. No fundo do sentimento se encontra a mente e é precisamente ali que temos que trabalhar.

De nada adianta tentar "não sentir nada" porque a origem do sentir está no pensar. Se não penso, não sinto. Se estou sentindo, é porque estou pensando. Se estou sentindo e não percebo pensamento algum correspondente, é porque o mesmo está se processando inconscientemente, nas sombras, sem que eu possa vê-lo. Temos que atacar o Ego em nossa cabeça, antes de tudo. Tentar "segurar" ou controlar o centro sexual, o emocional ou outros centros, enquanto se enche a cabeça de imagens que nutrem o defeito, é cometer auto-agressão e cair no fracasso. Pensar é a primeira, mas não a única, forma de nutrir defeitos.

Em "Tratado de Medicina Oculta y Magia Practica", o V.M.Samael ensina que todos os sofrimentos humanos radicam na mente e que nenhuma dor por preocupações terrenais, isto é, por apego à matéria, pode chegar ao Íntimo. Isto significa que sofremos porque pensamos no sofrimento, nos lembramos dele e que aquele que for capaz de não pensar, não será atingido, nem mesmo pelo sofrimento físico intenso das doenças. O V.M. ensina ainda que os pensamentos são a principal forma de alimentar e fortificar os desejos.

"La cueva del deseo está en la mente. El cuerpo de deseo es tan sólo un instrumento emotivo de la mente." (Tercera Parte: Plantas y sus Poderes Magicos - cap. intitulado "La Mente")

Portanto, tal como ensinam Blavatsky e Samael, a morte dos desejos requer antes de mais nada que acabemos com os pensamentos. Tentar combater emoções, sentimentos, vícios, impulsos etc. sem combater os pensamentos correspondentes é arrebentar-se interiormente. É isso o que fazem muitos religiosos e os pobres sofrem horrivelmente. Sugiro aos irmãos católicos e protestantes que buscam verdadeiramente a santidade que disciplinem os pensamentos antes de tudo. Matar os maus pensamentos é estratégico e todas as tentativas que não forem por aí fracassam.

Um homem poderá tentar deter seus impulsos sexuais, mas se não silenciar as imagens e tagarelices mentais relacionadas, se despedaçará interiormente e cairá ainda mais profundamente no vício.

A chave para a morte dos desejos é a morte dos pensamentos. E a chave para a morte dos pensamentos são a vigilância e a oração. Nós vigiamos (observamos) e oramos (pedimos). Então Deus os mata. É Deus que mata os inimigos interiores do homem, não é o homem que os segura. A parte humana somente pede e a parte divina atua.

Este ensinamento dos V.V.M.M. Samael e Blavatsky, converge com uma orientação do V.M.R. de que não devemos levar a mente ao sexo oposto durante prática do arcano. Na verdade, podemos expandir essa orientação para todos os âmbitos da manifestação do ego.

Sempre que estamos possessos, é porque, de algum modo, estamos levando a mente ao problema, ao objeto da ira, da preocupação ou do desejo. O primeiro a fazer, quando estamos obsessionados por um Ego, é focar a atenção na cabeça, na mente, e não levar a mente ao objeto desencadeador do desejo ou do impulso.

Se você está obsessionado, é porque está pensando naquilo de algum modo. Coloque sua atenção na cabeça um pouco, aquiete seus pensamentos a respeito e você verá que a situação irá melhorar dali há pouco.

Suponhamos que você esteja tomado de luxúria por uma mulher. Obviamente, você está pensando nela de diversas maneiras e não conseguirá observar nenhum centro se continuar com tais pensamentos. Use a pequena margem de livre arbitrio que possui e pare seus pensamentos, interrompa-os. Então você verá como irá melhorar! Em seguida, poderá observar-se e estudar essa luxuria nos demais centros.

A mente é estratégica para a Morte. Começamos a mudar pelo centro intelectual. Tentar começar pelo centro emocional, pelo centro sexual ou pelo centro motor é absurdo.

Quando eliminamos um defeito, resta ainda na mente sua recordação. A recordação do sabor daquele desejo permanece no fundo da mente e mais leve pensamento pode acordá-la.


A quem orar?

Não importa qual seja a sua religião, você deve orar à sua Grande Origem, à Fonte de onde você emanou.
Os V.V.M.M. sempre nos disseram que temos que orar às diversas partes superiores do Ser (Mãe Divina, Íntimo, Pai Interno, entre outras partes). Se este conceito te incomoda, pela educação religiosa que você teve, simplesmente ore Àquele (ou Àquilo) que te originou e não perca seu tempo complicando a questão com especulações teóricas, já que quebrar a cabeça com uma questão tão gigantesca é inútil.
As formas religiosas da Terra são somente aproximações, modelos limitados mas importantes. Servem para nos balizar na busca por um poder maior que nos ultrapassa e do qual somos provenientes.
Não importa muito se você se apóia na Bíblia, no Alcorão, nos cânones budistas ou hinduístas. O que importa é que você dirija seu coração à sua Grande Origem, à Força que te originou, de onde sua alma provém. Se você é protestante e ora ao Criador, você não está em desacordo comigo.
Não devemos condenar àqueles que possuem uma idéia de Deus diferente da nossa. Eles não estão errados, já que Deus, sendo a origem de todas as formas existentes, não tem forma e pode assumir a forma que queira, para o povo que quiser. É por isso que há várias religiões no mundo. Como tudo veio de Deus, é claro que tudo está contido nEle, todas as formas estão ali, em estado latente, potencial, e podem ser adoradas. Sempre que se busque o alto, o sublime, a melhora, a perfeição (sem fazer da perfeição uma neurose...) se estará buscando o Deus verdadeiro.